O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), arriscou tudo na eleição de 2 de outubro. Numa manobra para, aparentemente, manter o controle do partido em Alagoas , decidiu lançar na última hora seu irmão candidato a deputado federal.
João Antônio Caldas, até então Dr. JAC, trocou uma eleição certa de deputado estadual (alguém aí tem dúvida que ele seria eleito para a Assembleia Legislativa?) para encarar o desafio de conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Irmão abraçou irmão e JAC virou o Dr. JHC na campanha. O “H” aqui é de Hollanda, que fique claro.
JHC, o prefeito, tirou licença, foi para redes e para as ruas em busca de votos. Em poucos dias, Dr. JHC começou a pontuar bem nas pesquisas. A ousadia deu certo. Com a ajuda do irmão, do seu pai, ex-deputado federal João Caldas, e da sua mãe, senadora Eudócia Caldas, Dr. JHC foi o quarto candidato mais votado de Alagoas. Teve mais votos que seis eleitos: Isnaldo Bulhões, Marx Beltrão, Daniel Barbosa, Paulão, Tio Rafa e Fábio Costa.
Foram 92.594 votos (5,6% dos válidos). Com essa votação ele seria eleito em qualquer chapa. Seria. As regras eleitorais estavam lá, como uma pedra no caminho.
O PSB teve Caldas, mas não cauda. Sem ‘rabo’ de chapa, o partido somou apenas 117 mil votos e não conseguiu atingir os 80% do quociente eleitoral, o que garantiria o mandato de João Antônio.
O que JHC fez em pouco mais de um mês campanha, no entanto, não foi pouco. Partindo quase do zero (o candidato a federal no projeto inicial era João Caldas, no União Brasil), conseguiu dar ao irmão uma das maiores votações da história. Poucos candidatos em Alagoas conseguiram ser eleitos para a Câmara dos Deputados com mais de 92 mil votos.
No caso de JHC, essa votação vai entrar para história como a maior de um candidato não eleito. É muito, mas em política o que conta, além do voto na urna, é a conquista do mandato.
A popularidade testada mais uma vez nas urnas, entretanto, dará ao prefeito todas as condições para que ele recomponha sua base e trabalhe focado em 2022. Até porque já tem gente de olho na sua cadeira. Mas essa é outra história.