Quem ganha mais ou quem tem mais riqueza vai pagar mais impostos, após a reforma tributária pretendida pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentado nesta sexta-feira, 9, pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Na primeira entrevista concedida após ser confirmado para a pasta, Haddad defendeu o estabelecimento de uma nova regra fiscal, em substituição ao teto de gastos, a retomada de acordos internacionais e a reforma tributária como prioridades do início de sua gestão, em 2023.
“O importante é a gente ter uma agenda para 2023 forte, recuperar os acordos internacionais, que estão parados, sobretudo União Europeia, a questão do arcabouço fiscal e da reforma tributária, como grandes movimentos nossos, faremos todos”, disse.
Haddad afirmou que vai começar a definir seus secretários na próxima semana em acordo com o próximo ministro do Planejamento. Em coletiva nesta sexta, quando anunciou cinco ministros, Lula destacou que o próximo titular do Planejamento terá afinidade com Haddad para que as duas pastas possam trabalhar em parceria.
“Preciso combinar com o ministro do Planejamento para a gente ter uma equipe coesa. Eu não fiz convites formais ainda, mas eu já sondei muita gente”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.
O futuro ministro da Fazenda também rebateu o rótulo de “gastador”, com o qual tem sido associado por setores do mercado. Ele lembrou que, durante sua gestão, a prefeitura de São Paulo obteve “grau de investimentos” das agências de classificação de risco, um tipo de selo de boa gestão nas contas públicas.