Após a maior pandemia da história, nada mais emblemático do que o tema destacado pelo Galo da Madrugada em 2023: “Viva a vida, viva o frevo, viva Enéas”, sendo este último o idealizador e um dos fundadores da agremiação criada na década de 1970 para resgatar o carnaval de rua. Em 1978, precisamente, cerca de 80 pessoas saíram no desfile do Galo e ninguém poderia imaginar as proporções que a festa tomaria. Este ano, o público estimado foi de mais de 2 milhões de pessoas.
Neste sábado de Zé Pereira (18), depois de dois anos sem sair às ruas, o Galo da Madrugada recebeu os foliões saudosos com um café da manhã, com direito a bolos, queijos, salgados, sucos. A festa começou às 7h e muita gente marcou presença. Após este momento, o maior bloco carnavalesco do planeta, reconhecido no Guinness Book, soltou o hino preso no papo: “voltei, Recife”, com a certeza de que o desfile já entrou para a história.
O 44º desfile também fez uma homenagem ao saudoso artista plástico Ary Nóbrega e ao cantor Claudionor Germano. Para o atual presidente e também fundador do bloco, Rômulo Meneses, a essência do Galo é o contato com os foliões, através do desfile de fantasias, de alegorias, dos trios e dos artistas.
Os tradicionais carros alegóricos abriram o desfile, assinados pelos artistas plásticos Sandro Nóbrega – filho de Ary Nóbrega, falecido em abril de 2020 – e Acácio Damasceno. As alegorias fizeram referência ao tema e aos homenageados do bloco.
O primeiro carro foi o abre-alas, com o tradicional Galo, com cerca de quatro metros de altura, todo retocado, com muito brilho e colorido. Essa carruagem deu boas-vindas aos foliões. No carro abre-alas, figurantes representando os passistas de frevo e também os quatro elementos da vida, que são a água, o ar, o fogo e a terra. Nele, também estiveram o rei e a rainha do Carnaval 2023 do Recife, Mayara Araújo e Bhrunno Henrique. Os figurinos dos carros alegóricos são assinados pelos carnavalescos Francisco Câmara e Anderson Gomes.
Antes da passagem do segundo carro alegórico, o trio elétrico comandado pelo Quinteto Violado entrou na passarela cantando "Voltei, Recife".
O carro dos clarins chamou a atenção ao passar pelo corredor do frevo, com uma homenagem a seu Enéas, criador e um dos fundadores do Galo. Ele nasceu no dia 02 de dezembro de 1921, no Pátio do Terço – casa de número 34 -, bairro de São José, centro do Recife. Naquela época, o Pátio do Terço era considerado um dos principais polos de animação do Carnaval recifense.