Quis o destino que Gabigol retornasse aos gramados contra o Athletico, a segunda maior vítima com a camisa do Flamengo. São nove gols em 16 jogos. O último, mais uma vez, classificatório. O ambiente hostil da Arena da Baixada nunca intimidou o atacante, que fez questão de mostrar a tatuagem referente à conquista da Libertadores em 2022 para os torcedores.
O clima tenso entre Gabi e Athletico começou muito antes de a bola rolar. Nas ruas ao redor do estádio, foi possível ouvir músicas provocativas ao jogador. A principal delas fazendo referência a uma declaração do atacante sobre o gramado da Arena. Mas a situação ficou pior, como já virou rotina para ele no estádio, com os torcedores athleticanos no mesmo ambiente que o camisa 10 do Flamengo.
Os primeiro minutos de Gabi no aquecimento já retratavam a rivalidade. Parte da torcida já xingava o jogador, fazia brincadeiras e esperava por uma resposta. O atacante seguiu o aquecimento sem nenhuma reação para os torcedores do Athletico. A situação parecia calma.
Até Gabigol ir para o vestiário. No caminho para a escada, o jogador ajeitou o calção e deixou aparecer a taça da Libertadores. Ao caminhar, apontou para o título enquanto escutava provocações e xingamentos. Gabi até ameaçou, em brincadeira, atirar a camisa para dar para torcida.
A pressão parece ser combustível para o jogador que se mostra tranquilo nesses momentos. Gabigol foi o último a pisar no gramado. Canhoto, ele pisou com o pé direito e se curvou por alguns segundos antes de levantar e erguer os braços aos céus.
O jogo estratégico do Flamengo de quem tinha a vantagem fez Gabigol aparecer poucas vezes no ataque durante o primeiro tempo. O episódio mais emblemático da etapa inicial foi após o gol contra de Erick, que teve participação de Arrascaeta.
A comemoração contou com o elenco inteiro em união, inclusive os reservas que estavam perto da linha de escanteio no momento. A cena curiosa aconteceu quando Gabigol pegou algo no chão, mostrou para câmera e em seguida comeu. O que se imaginava ser um biscoito na verdade era um hambúrguer.
O lanche é um dos principais pratos vendidos nas cantinas da Arena da Baixada e, na hora do gol, um torcedor do Athletico atirou um pedaço na direção do elenco rubro-negro. Gabi, em resposta, comeu rebatendo a hostilidade.
Hostilidade essa que não foi a única. Foram muitos xingamentos quando estava na beira do gramado, ou seja, mais próximo da torcida do Athletico - cerca de seis metros separam a arquibancada e o campo. Na hora do gol que sacramentou a classificação, como de costume, uma chuva (além da que caía do céu). Bebidas foram jogadas na direção do atacante.
A comemoração da classificação no gramado na direção dos 1.600 torcedores do Flamengo que estiveram presentes na Arena. Mas os últimos passos do atacante no gramado registraram mais um capítulo hostil.
De novo na descida para o vestiário. Gabi comemorou abraçado com um membro da comissão técnica do Flamengo enquanto ouvia provocações athleticanas. Desta vez, até ergueu o braço e comemorou como resposta, mas seguiu o caminho. Neste momento, torcedores do Athletico cuspiram na direção dos rubro-negros.
Este, porém, não foi o último ato entre Gabigol e Athletico este ano. As equipes ainda se enfrentam pelo returno do Campeonato Brasileiro no mês de setembro, no Maracanã. Além disso, os clubes estão na mesma chave da Libertadores, ou seja, caso avancem no mata-mata podem se encontrar na semifinal.