Uma lei municipal, aprovada em fevereiro de 2022 pela Câmara Municipal de Maceió, determinou que a UPA da Santa Lúcia, inaugurada na última segunda-feira (11), fosse denominada UPA Ministro Guilherme Palmeira, em homenagem ao político que foi prefeito de Maceió, governador de Alagoas e ministro do TCU. No entanto, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), optou por ignorar essa legislação, apagando assim parte da história.
A UPA foi concluída em outubro de 2022, mas sua inauguração ocorreu apenas um ano e cinco meses depois, após pressão de líderes comunitários e vereadores de Maceió. O autor da lei que batiza a UPA com o nome de Guilherme Palmeira lamentou a atitude do prefeito: "lamentável", resumiu.
Guilherme Palmeira teve uma longa trajetória na política alagoana, ocupando cargos como deputado estadual, prefeito de Maceió, governador de Alagoas, senador da República e ministro do Tribunal de Contas da União. Seu falecimento em 2020 representou uma perda significativa para o estado. Além disso, Guilherme era pai do ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira, rival político do prefeito JHC. Para muitos, essa relação pode explicar o descumprimento da lei.
A decisão de JHC gerou polêmica, principalmente quando comparada às homenagens prestadas a outras personalidades alagoanas em UPAs administradas pela prefeitura, como a UPA Dr. José Alfredo Vasco Tenório (UPA Trapiche da Barra) e a UPA Dr. Roosevelt Falcão Cavalcante (UPA Benedito Bentes).
É crucial destacar que a lei aprovada pela Câmara Municipal era clara quanto à denominação da UPA da Santa Lúcia como UPA Ministro Guilherme Palmeira. O não cumprimento dessa legislação pelo prefeito atual pode levantar questionamentos sobre o respeito às determinações legais e à memória de figuras públicas importantes para a história de Alagoas.