01/10/2021 às 07h19min - Atualizada em 01/10/2021 às 07h19min

Pai mantinha casamento para acobertar incesto com a filha, diz delegado

Maria Aparecida, mulher de homem que mantinha relação incestuosa, pagou R$ 3 mil para matar o companheiro, segundo o delegado. Enteada também foi baleada e perdeu a visão de um olho.

G1
Reprodução

O homem que sofreu uma tentativa de homicídio a mando da mulher, após ela descobrir que ele tinha um caso amoroso com a própria filha dele e com uma terceira pessoa, mantinha o casamento para acobertar o relacionamento incestuoso em Canindé, no interior do Ceará, segundo o delegado Daniel Aragão Mota, da Delegacia Regional de Canindé, nesta quinta-feira (30).

Maria Aparecida Barroso, de 36 anos, foi presa na última segunda-feira (27), por suspeita de pagar R$ 3 mil a dois homens para matarem o marido Jaelson Oliveira, de 39 anos. Durante a ação, a filha de Jaelson, de 20 anos, também foi baleada e perdeu a visão de um olho. O namorado da jovem, Antônio Herilson da Silva Lopes, de 26 anos, que, segundo a polícia, chegou a participar de uma relação sexual a três junto com pai e filha também foi capturado e é suspeito de ajudar Aparecida no crime.

“Quando ela foi presa, a gente começou a perguntar os motivos que levaram a essa ação. Ela disse que realmente ela sofria violência psicológica, violência física. Ela queria se separar e ele não deixava. Conversando com ela a gente notou que ele queria manter à força essa relação para justamente acobertar o relacionamento que ele tinha com a filha", disse Daniel Aragão.

Jaelson foi ouvido pela polícia nesta quinta-feira no Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza, onde está internado. Segundo o delegado, o homem confirmou que mantinha um relacionamento amoroso com a própria filha há 1 ano e 8 meses.

"Ele confirma a relação incestuosa. Há 1 anos e 8 meses começaram com essa relação amorosa. Ambos dizem que foi uma paixão mútua", afirma o delegado.

A filha de Jaelson foi ouvida pela Polícia Civil na quarta-feira (29), na Delegacia de Canindé, em apuração sobre o possível estupro do pai contra a filha durante a infância. Porém, segundo o delegado, a jovem lhe relatou que era apaixonada pelo próprio pai e que o relacionamento só teve início após ela completar 18 anos.

"Ele não era reconhecido como pai até os 10 anos dela. Ele fez o DNA, confirmou a paternidade, com 12 anos ela foi morar com ele, por volta dos 18 anos foi quando começou esse relacionamento amoroso com a filha. Nós tentamos fazer toda a investigação para saber se realmente ele poderia ter entrado nesse crime de estupro de vulnerável, mas não se confirmou, pelo menos com o que foi dito por eles. É difícil de ter testemunha, haja vista que é um crime entre quatro paredes, então nenhum dos dois confirmou", explica o titular da delegacia regional de Canindé.


Namorado no relacionamento a três

Ainda conforme o delegado, o namorado da filha aceitou ter um relacionamento sexual a três, sem saber que a terceira pessoa era o próprio sogro.

Em depoimento, Aparecida informou ao delegado que já sofria violência física e psicológica por parte de Jaelson e esse episódio da relação dele com a filha foi o ápice para tramar o crime contra o companheiro.

"Questionei por que ela não procurou a delegacia, não foi dar o depoimento e informar que estava sendo agredida, para a polícia atuar e pedir medida protetiva. Ela disse que ele falava que se ela fosse quando chegasse em casa ele a mataria. Ela ficou com medo, não foi e acabou chegando ao extremo".



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