Não bastasse a dor de perder um ente querido assassinado, por motivo banal, em plena via pública e à luz do dia, a família do motorista Fábio Jonatha da Silva, 26 anos, ainda teve de presenciar cenas de extremo constrangimento nesta sexta-feira (22), um dia após o servidor da Secretaria Municipal de Saúde – baleado após discussão de trânsito no centro de Maceió – falecer no Hospital Geral do Estado (HGE).
Uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve no velório do motorista, no bairro Rio Novo, para recolher o corpo de Jonathan ao Instituto Médico Legal (IML) de Maceió, por causa de um suposto erro do Hospital Geral do Estado(HGE). Tudo porque o médico responsável por atestar a causa da morte do paciente do HGE informou a causa como sendo clínica.
O delegado Ronilson Medeiros, que investiga o caso, disse à TV Pajuçara que não teve outra alternativa a não ser determinar que os policiais recolhessem o corpo de Jonathan – vítima de morte violenta, ao invés de clínica – ao IML, em virtude da necessidade de realização do exame de necropsia, concluído por volta das 17h, quando o corpo foi liberado.
O TNH1 manteve contato com a assessoria de comunicação do HGE, que ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
O Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima informa que exame de necropsia no cadáver do senhor Fábio Jhonata da Silva, de 26 anos já foi concluído, confirmando a causa da morte por complicações decorrentes de ferimentos provocados por projéteis de arma de fogo.
O corpo já foi liberado para sepultamento e o laudo completo com todas as informações será encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital.
O caso
Fábio foi baleado no tórax e no abdômen por um policial militar da reserva, que foi preso em flagrante por guarnição do 1º Batalhão, em trecho da Rua Dias Cabral, na última quinta-feira (14). Vídeo que circulou nas redes sociais mostra o motorista sentado em uma calçada e sendo socorrido por populares.
Na ocasião, testemunhas relataram que a discussão começou quando o militar teria sido “fechado” pelo motorista da Prefeitura. Ao retornar para o automóvel, o agressor, então, efetuou dois disparos, atingindo-o na região das costas.
O motorista passou por procedimentos cirúrgicos no mesmo dia em que foi internado, na última quinta-feira (14), mas não resistiu e faleceu sete dias depois.