28/06/2022 às 16h54min - Atualizada em 28/06/2022 às 16h54min

Câmara realiza audiência pública para discutir recomposição salarial dos servidores municipais

Proposta pelo vereador João Catunda (PP) a discussão reuniu lideranças de onze entidades sindicais

A Câmara de Vereadores realizou, nesta segunda-feira (27), uma audiência pública para discutir a recomposição salarial dos servidores públicos municipais. A discussão reuniu lideranças sindicais de onze categorias que compõem a estrutura municipal e são contrários a proposta do Executivo de 4% em duas parcelas. Os técnicos da Prefeitura Municipal de Maceió não compareceram a atividade em função da antecipação do feriado decretada pelo município. 
 
 
"Estamos em busca de uma proposta de recomposição salarial para atender ao servidor público municipal. Essa casa deu exemplo concedendo o maior reajuste do Brasil a seus servidores", lembrou Catunda.
 
Ele lamentou o fato de cinco sindicatos terem abandonado o movimento unificado dos servidores. De acordo com as informações divulgadas estes segmentos fizeram acordos com o  Executivo, independente do fato de no momento as categorias terem perdas acumuladas de 16%. 
 
Com base em dados apresentados pelo servidor, Diego Farias, as lideranças conheceram detalhes dos números da arrecadação. Convidado pelo propositor da audiência, ele explicou que neste momento seria possível o Executivo atender a demanda por recomposição salarial feita pelas entidades. 
 
"Os números indicam que este ano a arrecadação deverá ultrapassar os R$ 3 bilhões e o custo com pessoal é 33%. Desse total, pouco mais de R$ 1 bilhão é para pagar folha de pessoal. O número é elevado mas ele está dentro da realidade municipal. Isto porque estamos diante de um aumento de 14% da arrecadação do IPTU e 30% do ISS que aponta um aquecimento da economia apenas nos últimos quatro meses", explicou Farias.
 
Ele disse ainda que a Taxa de Iluminação Pública, assim como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) também sofreram acréscimos e que estão nos cofres da prefeitura. Em sua avaliação o município vive o seu melhor momento de arrecadação, com superávit orçamentário.
 
 
Valorização 
 
A vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Alagoas, Silvia Melo, lembrou que a categoria vem sendo desvalorizada ao longo do tempo. Conforme apresentou os profissionais em seu dia a dia de atuação ajuda o município a conseguir recursos para a área da saúde. Por esta razão os profissionais precisam ser valorizados.
 
"Sou servidora pública há 18 anos e constatei nos últimos anos que os gestores têm atacado as nossas categorias. Como médica faço junto com os nossos colegas a máquina girar e o município receber recursos", disse Sílvia. 
 
Diante desta realidade as categorias querem construir uma proposta alternativa para o Executivo. Segundo os estudos realizados caso a gestão municipal conceda 10% de reajuste linear para todas as categorias impacto é de aproximadamente 70 milhões por ano. Neste momento não representaria dificuldades já que existe um superávit orçamentário de R$ 248 milhões antes do fim do primeiro semestre. 
 
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado de Alagoas, Lenilda Lima (Sinteal), o que define a qualidade do Executivo é o que fazer com o que foi arrecadado. E isso inclui a valorização dos servidores e a atenção aos problemas da cidade. 
 
"Essa discussão diz respeito a algo que é a nossa capacidade de resistir aos ataques a desvalorização salarial. Considero importante porque a matéria que vai definir a recomposição não chegou a esta casa", disse Lenilda.

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